15/02/2011

Pensar Metaphýsica



"Portanto, para esta cadeira é suposto que, para perceberem [este] livro do Heidegger, 'Kant e o Problema da Metafísica', releiam a primeira metade da Crítica da Razão Pura do Kant, releiam também [estas] secções do Ser e Tempo, assim como os 4 livros da Metaphýsica de Aristóteles que vos vou indicar." - A.S.

Philosophia ora me mete medo, ora me faz feliz, ora me faz feliz mesmo enquanto se me surge vastamente mais do que eu alguma vez poderia pensar, um tipo de pensamento que é tão cliché considerar abstracto que não posso se não por vezes temer o contágio desse preconceito, até porém ao momento em que me apercebo da sua importância última, do quão fundamental ele é, e do quão reclama o meu fascínio ingénuo, mesmo enquanto compreendo que possivelmente nunca o captarei sequer no mínimo sábio. A última vez que me aventurei nestas profundidades da ontologia foi numa altura da minha vida em que a minha cabeça estava de tal modo metida água, emocionalmente e não só, que levar a sério metaphýsica tão árida, ou ária pelo menos para alguém que em tudo isto se principiava, era uma questão impossível. Entretanto cresci, e parecendo que não passaram três anos desde então, quando começava a estudar Philosophia ao mesmo tempo que fazia o meu curso de Clássicas. Se penso que é muito? Pelo contrário, sei que é nada. Mas mesmo estando perdido ao menos penso que posso, pela primeira vez, por uns instantes parar - e olhar: Agora volto às paisagens escondidas. Sic sic juvat ire sub umbras: talvez seja a hora — vão-se lixar, que se para alguma coisa serve a universidade é pra isto.

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