25/06/2012

para além das colunas de Hércules


Depois de quinze dias de combate, a batalha de Muquedém (Fevereiro-Março de 1905) dá a vantagem aos Japoneses. Os Russos são obrigados a abandonar a Manchúria meridional. Resta uma derradeira esperança aos Russos: voltar a conseguir a supremacia naval para cortar as linhas japonesas de abastecimento. A frota do Báltico, comandada pelo almirante Rojestvesnky, recebe, em Outubro, ordens para navegar para o Extremo-Oriente. Tarefa homérica! Quando passavam pelo Dogger Bank, na noite de 21 para 22 de Outubro, um comandante de torpedeiro que tinha bebido vodka a mais, julgou ver navios de guerra japoneses e assinalou a posição deles ao almirante. A frota russa abre fogo... Sobre inofensivos barcos de pesca britânicos. Imagine-se a estupefacção do governo de Sua Majestade. Quando a frota russa atraca em Vigo, em Espanha, os britânicos querem detê-la e foi preciso uma intervenção vigorosa do governo francês para que aceitassem deixá-la continuar viagem. Mas o almirante russo teme novas dificuldades na passagem pelo Suez; não há problema, contorna-se a África! É portanto depois de um périplo de sete meses que a frota do Báltico chega, em maio, a águas japonesas. Com falta de carvão, Rojdestvesnky decide ir a Vladivostock, passando pelo Estreido da Coreia. É lá que o espera a frota do almirante Togo. A 27 de Maio, dá-se a batalha, perto das ilhas Tsu-Shima: a frota russa, esgotada devido à longa viagem e equipada com um armamento menos moderno, é completamente esmagada.

Pierre Milza. As Relações Internacionais de 1871 a 1914, Rosa Carreira (trad). Edições 70, (2007).

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