É o século XX de novo, a mesma miséria e a mesma loucura. Mas desta leva nem uma vitória militar poderia trazer a solução, porque se em '45 o terror foi com armas derrotado agora não haverá quem combater: nós não combatemos, e pagámos pela podre paz o arcar em marasmo de duas gerações. Mas agora não haverá invasões, não haverá inimigos assumidos: a loucura não se procurará extravasar mas sim radioactivar; não será possível combatê-la de fora, nem expulsá-la. Mas também de dentro será um tumor que não poderá ser cauterizado - porque as dores não serão dores de parto; nem haverá para onde fugir, porque já não há terra alguma no mundo que ainda seja América. Uns são cegos, os outros são loucos. Foi para isto que te amei, Hölderlin? São doze as lâmpadas que se apagam sobre a Europa. Mas o discurso apocalýptico é o maior dos traidores. Procura, e crê: porque isto é a noite do mundo, e nada urge mais agora que odiar o deus que quer vir. Ele vem para nos amar e para destruir o mundo que temos e o substituir por outro, é por isso que urge odiá-lo. Nós amamos a vida, a nossa. E ele virá na noite mais escura: Não podemos deixar que isso aconteça: Ironic points of light flash out wherever the just exchange their messages.
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