12/04/2012

Perdoa-me se do meio de tantos foi para a tua alma que eu olhei.

Tirei ao calhas da bibliotheca um livro de nome La didattica del greco e del latino, para me aperceber que era o epistolário de Baptista Guarino. Não o conhecia senão de nome, portanto pus-me a ler as cartas que ele escrevera a Pico della Mirandola e a Angelo Poliziano. Numa das cartas escreveu isto a Poliziano.

Doctos omnes amo coloque et novos nescio quomodo magis etiam quam veteres admiror, quippe cum hoc tempore et librorum jactura et morum aliquorum ignorantia et multarum rerum desuetudo anxiam laboriosamque pariat mergendi difficultatem: quare ignosces mihi si ex aliis animum spectavi tuum.

(ou seja,) Amo e estimo todos aqueles que se cultivam, e, não sei bem porquê, mas admiro ainda mais os novos do que os mais velhos; talvez porque, no tempo em que vivemos, o investimento que é preciso pôr num livro, misturado com uma certa ignorância de bons costumes assim como com a falta de hábito, gera grandes ânsias e dificuldades a quem quer que deseje mergulhar [pela primeira vez no conhecimento]. É por isso que te peço, perdoa-me se do meio de tantos foi para a tua alma que eu olhei.

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