08/01/2011

To make the Ancients Speak

Para amar a Antiguidade é preciso tratar os antigos como amigos. Não como relíquias sarcofagizadas nos seus túmulos de métrica, nem como meras curiosidades cujos pormenores it just so happens alguns idiotas academicamente úteis resolveram fazer copy-paste para as suas obras, as quais posso portanto agora estudar (ou: no jargão, posso 'estudar a recepção'). Como amigos amá-los-ei mesmo enquanto discordo deles na mais profunda das nossas cisões, e o concordar não me dará a satisfação bajuladora, mas sim a satisfação agitada de haver mais um degrau fime onde possamos desenvolver alguma estória. Dão-me prendas, tantas, portanto que mais posso eu fazer se não dar-lhes também eu as prendas que os séculos lhes foram compondo e adiando. A vantagem desta estranha filologia em relação à, say, Filosofia, mostraram-no os grandes exemplos culturais, é o laço não jazer num amor da sabedoria deferida mas sim num amor mais histórico, ou tanatológico, o laço é então a própria sabedoria dum amor condenado. É uma declaração de aliança com os mortos que morreram bem, sem esperança nem arco-íris, irrequieta com o que o futuro poderá destruir do passado.

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