27/01/2011

השואה

Necessariamente hesito. Escrever um post, um mero post a lembrar o Dia Internacional de Recordação da Shoah corre o risco de ser demasiado menos, demasiado pouco, e de se transformar num exercício de futilidade narcisística. O que é que exactamente pretendo fazer, posso pretender fazer? Lembrar? Mas lembrar não implica que nos possamos esquecer, pior, que possamos já ter esquecido? Como posso sequer tomar uma acção que implique que tal atrocidade já possa ter sido esquecida? Aceitar o esquecimento como legítimo, talvez até justo, não é isso que faço ao lembrar? Honrar? Mas quem? Prevenir o futuro, um futuro que pareço crer possível de recriar a barbárie? Mera consolação pessoal, como quem manda um desejo de feliz aniversário, a marcar uma data no calendário? É um labirinto onde a morte não está apenas no centro mas sim cujas próprias paredes são a morte. E isto é nada. 

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