Uma das razões para a acusação póstuma e subsequente condenação e excomunhão post-mortem de Orígenes era a crença de que não havia alma nenhuma que, com o decurso inconcebível dos séculos, não fosse salva por Deus. Isto entrava em conflicto com as tentativas de solução apresentadas, baseadas numa variação de complexos modelos de salvação pela graça gratuita ou conquistada, mas que se baseavam sempre numa salvação selectiva. Gostar de Orígenes é um bom sinal. Sem uma pinga de vana superbia podemos ficar contentes por nos colocarmos junto daquele de quem o Edward Wind dizia que "não houve jamais um theólogo inteligente que não se sentisse atraído por [ele]." Mas creio ter encontrado um contra-exemplo aqui no Joseph Smith, o qual a seu modo é também ele um theólogo de preeminência - tenho vindo a descobrir isso. No King Follet Discourse deixa ele en passant um enigmático e no qual voltarei a pegar problema (donde não nos safamos, a não ser que queiramos lembrar o já-moído comentário do Blake sobre o Lucífer do Milton, que seria "of the Devil's party without knowing it"),
The contention in heaven was—Jesus said there would be certain souls that would not be saved; and the devil said he could save them all, and laid his plans before the grand council, who gave their vote in favor of Jesus Christ. So the devil rose up in rebellion against God, and was cast down, with all who put up their heads for him.
Joseph Smith. King Follet Discourse.
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