Four seasons fill the measure of the year;
There are four seasons in the mind of man:
He has his lusty Spring, when fancy clear
Takes in all beauty with an easy span:
He has his Summer, when luxuriously
Spring's honey'd cud of youthful thought he loves
To ruminate, and by such dreaming high
Is nearest unto heaven: quiet coves
His soul has in its Autumn, when his wings
He furleth close; contented so to look
On mists in idleness- to let fair things
Pass by unheeded as a threshold brook.
He has his Winter too of pale misfeature,
Or else he would forego his mortal nature.
John Keats.
Ao comentar com alguém, pouco tempo depois de terminar a leitura de À Sombra das Raparigas em Flor, que Em Busca do Tempo Perdido seria talvez o único livro a que ao deleite mental e intelectual da leitura se associava um deleite verdadeiramente físico, que como se Proust tivesse a capacidade de conjurar as descrições pelas páginas fora e trazê-las lado a lado para que cercassem os ouvidos, as narinas, a pele dos leitores, disse-me essa pessoa que concordava; e que conhecia apenas um outro autor com o qual tal o mesmo acontecesse. Eu já antes me tinha lançado em leituras de Keats — uma de memóriaa fora quando, numa exposição de obras clássicas no Porto (não me lembro do nome do Museu) – estava citada na íntegra a Ode on a Grecian Urn, aquele belíssimo louvor da ofuscação, e cujos versos, por meio das suas outras virtudes, heard melodies are sweet, but those unheard / are sweeter permanecem dos meus favoritos alguma vez escritos — mas apenas após repto desta pessoa para que eu me despachasse a acabar o Proust para tratar de "educate yourself in the literary tradition you purport to write poetry in", soube que era uma questão de tempo até pegar nisto a sério. Bem, ainda não acabei o monsieur Proust, mas peguei numa edição da Poesia de Keats, e lancei-me a sério. E ainda bem que o fiz. Penso que vai custar não continuar a volta-e-meia colar poemas dele aqui.
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