22/01/2016

Selanik // um poema

E chorando acocorados à distância
os Turcos
e os filhos dos Turcos
fecham os olhos
e murmuram Selanik

saberás tu, aceitarás acaso
os pactos que forjámos com a memória
e que permanecem secretos
deles e de nós mesmos?

as suas pálpebras batem em seco
e na linguagem do pequeno vento enunciam Selanik.

ah, os olhos, obturadores morais.






(imagem: Criança turca espreita para o fotógrafo escondida atrás dum túmulo islâmico em Selanik, aka Thessaloniki. 1915.)


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