Cidade gentil,
existes ainda
e e não te esquecerás de ti.
todas as cidades te chamam ainda
Cidade.
quando têm um querer, quando suspiram e desejam,
és tu que nelas suspiras e queres.
como membros fantasma as tuas ruas
estendem-se misteriosamente pelo mediterrâneo,
cortam o mar e semeiam-te.
e ao caminhar ao longe, na península que mal pisaste,
vejo que a lembrada pedra da igreja dos Santos Apóstolos
largou âncora entre a minha casa e a universidade.
tanto do tempo são destroços,
mas restituir-te-ás a ti antes da fim.
pois virá o dia em que também os minaretes se afundarão debaixo da porta dourada.
em que transformado em mármore o almuadem aguardará o fim dos tempos.
penso que esse será o dia em que os Atenienses imperiais punirão uma vez mais a velhaca cidade de Byzâncio.
e que esta jamais voltará a fechar seus gananciosos portos aos gregos do Ponto.
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