18/04/2015

um poema do Paul Klee



Há duas montanhas
em que tudo é claro e brilhante,

a montanha dos animais e
a montanha dos deuses.

Enquanto no meio fica o
vale crepuscular dos humanos.

Quando alguém olha para cima,
apodera-se dele uma perturbadora
e implacável nostalgia,
dele, que sabe que não sabe,
por eles, que não sabem que não sabem,
e por eles, que sabem que sabem.


(1903) Tradução minha


Zwei Berge gibt es,
auf denen es hell ist und klar,

den Berg der Tiere und
den Berg der Götter.

Dazwischen aber liegt das
dämmerige Tal der Menschen.

Wenn einer einmal nach oben sieht,
erfaßt ihn ahnend
eine unstillbare Sehnsucht,
ihn, der weiß, daß er nicht weiß,
nach ihnen, die nicht wissen, daß sie nicht wissen,
und nach ihnen, die wissen, daß sie wissen.


imagem: Paul Klee, Bunter Blitz (Relâmpago Colorido), 1927

Sem comentários:

Enviar um comentário