29/06/2013

um poema para julho

I.

porque deixamos ao nascer
que os deuses nos persigam
em guerrilha e nos ambusquem?
mesmo se depois nos poupam
como caçadores com fé
na época de caça.
eles esperam, eu curvo-me
porque também eu

desejo esperar.
chegarás transformada
em vapor. consistente
na tua tua crença,
firme no teu valor. tudo
o que é sólido é mórbido,
e amaciar é amazzare.

II.

ao troçares de mim por ter medo
dos que ouvem só e nunca falam,
esqueces-te que agora chegou Julho,
a altura de ter medo que eles
desçam e subam
como nós e sejam gente.

na velha língua a fibra pesa
e faz curvar, mas onde deuses
há levanta os olhos.

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