22/04/2018

um poema primaveril do Oswald von Wolkenstein

Oswald von Wolkenstein. Tradução do Alto-alemão Médio minha. Texto original aqui.





Vil lieber grüesse süesse
sich erheben, streben,
frölich zölich yetten,
tretten in das pfat
drat. frue und spat
hört man dringen,
singen, klingen,
voglin in den ouen.

Durch helle döne schöne,
in den strauhen rauhen
esten glesten, fliegen,
kriegen widerstreit.
breit anger weit
sol man grüenlich
küenlich süenlich
kurzlich ane schouen.

Winder kalt
ungestalt,
dein gewalt
ist entspalt
von den süessen lüfften.
liechten summer
ane kummer
wil ich tummer
als ein frummer
geuden und güfften.

Grüener kle
jagt den snee
jarlang me
inn den see
wilder meres flüete.
nachtigalle,
droschel schalle,
lerchen halle
uns gevalle
für des oftens güete.

Die blumen gele hele,
hübsch geverbet, gärbet,
praune schaune plaue
grau mangerlai.
mai, dein geschrai
sich florieret,
zieret, fieret
kösstlicher gelüsste.

Und hübsche wäsli, gräsli,
sich entsliessen, spriessen
hüglich tüglich, plüede
früede, violspranz,
glanz firlafanz,
aller pame
zame game
zier aus kalder früste.

Stauden stock
machet schock
Rauhen rock
als ain bock
löblichen bedecket
swarzer doren
weiss erkoren.
gar verloren
ist der zoren,
den der winder wecket.

Küeler brunn,
warme sunn
geit uns wunn.
gail dich, nunn,
hinden auss dem kloster,
bei dem Reine
in dem scheine
als ein veine
buelbegeine
raien nach den ostern!

Die swammen stupfen, lupfen
auss der erde herde
würmli türmli wachen,
machen neuen slauch.
gauch, lock uns auch
durch die haide!
raide, ir maide,
suecht der stauden winkel!

Da well wir kosen, losen
mit beslossen, gossen,
warmen armen lieplih
dieblich inn den busch.
dusch, mündlin, kusch!
ob die raine
klaine saine
mir emblösst ein schinkel

An ain knie,
ich wer hie,
des nit lie
und tet, wie
ich das gefüegen kunde,
zue ir rucken,
freuntlich smucken,
lieplich drucken,
biegen, bucken,
ob si mir des gunde!

So wär quitt,
was ich litt.
hielt sis mit,
diesen stritt
müesset ich überwinden,
sunder klifen
tasten, grifen,
manigen lifen
lust vertrifen
bleiben bei dem kinde.
Muitos doces e queridos
Se levantam, crescem,
Se mandam alegres e vivos,
E se põem a caminho
Agora! Cedo e tarde
Ouvimos espalhados
Os pássaros no prado
Que cantam, que soam!

Com claros belos tons
Nas folhas dos arbustos
Comem, brilham, voam
Lutam cá e lá,
Longe, extensos, muitos,
Dá para os ver
Alegres, amigáveis,
Juntos uns dos outros.

Inverno frio,
Descomposto,
O teu poder
Desmorona-se
Face às doces brisas!
À leveza do verão
Quero entregar-me
Sem cuidados
Lançar-me a ela
Simples e ousado.

O trevo verde
Afugenta a neve
Deste ano
Até ao mar,
Às bravas ondas do oceano.
Os Rouxinóis
De canto límpido,
A voz das cotovias,
Agradam-nos bem mais
Que estar à braseira!

As flores brilham amarelas,
Ostentam-se lindas, vestidas
De castanho, dourado, azul
E aqui e lá cinzento.
Maio, o teu grito
Floresce,
Explode em beleza, persegue
Impagáveis prazeres.

E belos tufos de relva,
Soerguem-se, brotam
Felizes, fortes,
Frescos, cobertos de violetas,
O brilho exuberante
De todas as árvores
Deleita o olhar,
Explode da geada fria.

Os arbustos crescem
Ramos floridos,
E folhas espessas
Como a barba do bode -
É um espanto como se cobrem
De negros espinhos
E brancos botões.
Porque desapareceu
O ódio
Que o inverno despertara.

Nascentes frias,
Sol quente,
Gostamos disto.
Freira, pisga-te
Do teu convento!
[E aparece] junto ao Reno
À luz do dia,
E como uma nobre
Que não fez votos
Ama após a Páscoa!

Os cogumelos saem, espremem-se
Dos montes de terra,
As serpentitas acordam aos tropeços,
E voltam a alimentar-se.
Cuco, guia-nos
Pelo prado!
Rápido, meninas,
Procurem um espaço nos arbustos!

Para trocarmos murmúrios, brincarmos,
Derramarmos um sobre o outro os braços
Apertados quentes de amor
Às escondidas entre as plantas.
Chiu, lábios - beijem-me!
Se a rapariga
Gentil e hesitante
Me mostrar a perna

Até ao joelho,
Eu vou tentar,
Quanto puder,
Convencê-la
A deixar-me aproximar-me
E a deitá-la de costas
Para lhe tocar gentilmente,
Empurrá-la com amor,
Segurá-la, virá-la -
Isto se ela o quiser!

Se assim for, será recompensado
O meu sofrimento.
Se ela o permitir,
Eu hei-de ganhar
Este combate!
Muitos tipos
De toques e de apertos
Há a experimentar,
Muitas carícias de paixão
Nos aguardam com [a criança?].

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