22/03/2016

Curso da Vida // um poema do Hölderlin

Curso da Vida

Tu querias algo maior, mas o Amor empurra
nos para baixo, o sofrimento curva-se violentamente,
Mas não é em vão que nosso arco
Se vira para lá donde veio.

Para cima ou para baixo! ou já não impera na noite sagrada,
Onde a muda Natureza a sucessão dos dias medita,
Já não impera nas profundezas do Orco
Uma Medida, uma Lei?

Por isto passei eu. Pois jamais, como os Mestre mortais fazem,
Vós, Celestes, Vós que Sois Sempre,
Que eu tenha sabido, com precaução
Me haveis guiado no caminho certo.

Tudo o Humano põe à prova, dizem os Celestes,
Para que, poderosamente nutrido, aprenda a dar graças por tudo,
E compreenda a liberdade
De partir para adonde deseja.


Friedrich Hölderlin. Tradução minha.


Lebenslauf

Größeres wolltest auch du, aber die Liebe zwingt
All uns nieder, das Leid beugt gewaltiger,
Doch es kehret umsonst nicht
Unser Bogen, woher er kommt.

Aufwärts oder hinab! herrschet in heiliger Nacht,
Wo die stumme Natur werdende Tage sinnt,
Herrscht im schiefesten Orkus
Nicht ein Grades, ein Recht noch auch?

Dies erfuhr ich. Denn nie, sterblichen Meistern gleich,
Habt ihr Himmlischen, ihr Alleserhaltenden,
Daß ich wüßte, mit Vorsicht
Mich des ebenen Pfads geführt.

Alles prüfe der Mensch, sagen die Himmlischen,
Daß er, kräftig genährt, danken für alles lern,
Und verstehe die Freiheit,
Aufzubrechen, wohin er will.

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