01/05/2010

ó santo enorme esforço dos poetas! ao destino tudo
arrancas e aos povos mortais ofereces a eternidade.
não te deixes atingir, César, por ciúmes dessa santa fama,
pois se as Musas do Lácio têm o poder de algo prometer,
enquanto durarem as honras prestadas ao poeta do Esmirno,
os vindouros hão-de nos ler a ti e a mim; a nossa Farsália
sobreviverá, e idade alguma nos condenará ao esquecimento.


o sacer et magnus vatum labor! omnia fato
eripis et populis donas mortalibus aevum.
invidia sacrae, Caesar, ne tangere famae;
nam, si quid Latiis fas est promittere Musis,
quantum Zmyrnaei durabunt vatis honores,
venturi me teque legent; Pharsalia nostra
vivet, et a nullo tenebris damabimur aevo.


Lucano, Pharsalia, 960-968

Não estou a ler, muito infelizmente, a Farsália. Descobri estes versos fortuitamente: uma versão ligeiramente adaptada dos primeiros servem de lema gravado na fachada da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade La Sapienza em Roma, onde estive há alguns meses. Fui procurar mais, registei-os.

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