Quin Augusti aetas huic dissimilis sit, nemo dubitare potest, nam ejus imperium clementia insigne est, cum Romani, quamvis omnis libertas, omnis etiam libertatis species evanuerat, jussis principis instituta legesque mutare valentibus omnibusque honoribus, quos prius tribuni plebis, censores, consules habuerant, tum ab uno viro occupatis, tamen putarent, se regnare, imperatorem tantum aliud nomen dignitatibus, quas prius tribuni aut consules tenuissent, neque libertatem sibi dereptam viderent. Hoc vero magnum clementiae argumentum, si cives dubitare possunt, quis princeps sit, an ipsi regnent, an regnentur.
Karl Marx (1835). Examinatio Maturitatis. Trad minha.
Ninguém poderia duvidar que a época de Augusto tenha sido bastante diferente desta [sc da do Neto], já que, nessa época, o poder torna-se famoso pela sua clemência. É verdade que toda a liberdade, aliás toda a aparência de liberdade desapareceu, que todas as instituições e leis podiam ser alteradas pela vontade do soberano, que aparece como um só homem dotado de todos os cargos que previamente tinham sido ocupados pelos tribunos da plebe, pelos censores, ou pelos cônsules. Contudo, os Romanos podiam julgar que eram eles quem mandava, e que a palavra 'imperador' não passava de uma forma de nomear aquelas honras que antes calhavam aos tribunos ou aos cônsules, sem com isso verem que a liberdade lhes tinha sido arrancada. Este é o maior argumento em favor da clemência, se os cidadãos podem estar em dúvida sobre quem é que é o soberano, sobre se eles próprios mandam ou se mandam neles.
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