Vieste comigo e contámos os mortos
Sem temor ou moral, sem melodrama,
Sem estatística até. Mas absortos
Nos números, reuindo a gama
De nomes e vultos. E sabemos haver
Um final: Se do nada surgimos, um tempo
Existiu em que na terra nenhum ser
Humano vivia. E não há um Além. Por
Isso é que somos contáveis. Todos
Aqueles que sofrendo aprenderam a fala.
Desde o princípio, dos bisontes nas rudes
Cavernas, dos velhos que esperam na ala
Enterrada dos reis da montanha,
Nados-mortos, aqueles por amor inventados
Mas que o mundo de troça e de manha
Chutou aos leões com enfado,
Deuses e fetos e outros protagonistas
De contos e livros. Mas há no teu corpo
Mais células do que gente avistada
No mundo e que agora é pertença do Orco.
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