30/08/2020

Joy is the full sun and the half shadow. [um poema do Geoffrey Hill]

A alegria é o sol inteiro e a sombra a meio.
Doze parece pouco equilibrado, não há dúvida —
a cidade tem cá uns patriarcas! Mas desequilíbrio

há por toda a parte. Nas placas tectónicas
que despedaçam a Islândia, só para começar.
Não sou um tipo muito de Fortuna, por muito que adore

Boécio. E a ironia tem limites.
Se julgassem isto senequiano para mim era uma honra.
Na orgulhosa e amargurada justa de Surrey, na sua elegia

sem tretas ao Wyatt, consigo encontrar forças.
quero lá saber se é irónica. Não há | dádas iguáis
Circunstâncias. Não o são nem nunca o serão.

Geoffrey Hill. Scenes from Comus [3.13]. Penguin (2005). Tradução minha.

Joy is the full sun and the half shadow.
Twelve sounds unbalanced, no doubt of that —
blasted city fathers! But imbalance

is everywhere. In the tectonic plates
ripping Iceland apart, to cite you basics.
I'm no Fortuna-type, though, much as I love

Boethius. And irony has its limits.
If this were adjudged Senecan I'd be honoured.
Surrey's bitter proud jousting, his straight-up

elegy for Wyatt, I can find strength in,
ironic or not. Nót | all óther thíngs
being equal. They áren't and never wíll be.

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