O de Officiis, livro testamental de Cícero ao seu filho, não é o manual de bons-costumes tingido a moralina que muitas vezes se imagina que é. Dele escorre o esforço desesperado dum homem a quem todos atacam de, numa última hora, numa última palavra, exortar pausadamente à virtude e à liberdade. É uma tragédia, muito mais que as outras romanas que lemos, ao nível espiritual da Pharsalia, em momentos até mesmo ao nível sombrio daquela Aeneida incerta. Res in extremum est adducta discrimen; de libertate decernitur, diz ele num outro algures: e é isso. Cícero é a figura da coragem humana que se oferece às outras pessoas; melhor que o estóicismo dum Séneca, Séneca esse cuja doutrina, como se comprovará no movimento monástico, tantas vezes transforma o si minus no egoísmo do claustro. No momento em que tudo arde, o que farás tu? É essa a pergunta do de Officiis. Onde buscarás tu refúgio? No interior do teu ser, in portum philosophiae? Ou, como séculos mais tarde dirá a Arendt, junto não da Humanidade mas sim dos homens? Cícero assumiu a escolha: bradou as Philíppicas e depois morreu.
21/10/2012
07/10/2012
Dans le monde
uma resposta a isto.
Dieu n'a pu créer qu'en se cachant. Autrement il n'y aurait que lui. La sainteté doit donc aussie être cachée, même à la conscience dans une certaine mesure. Et elle doit l'être dans le monde.
Simone Weil. La pesanteur et la grâce. Plon (1991).
Dieu n'a pu créer qu'en se cachant. Autrement il n'y aurait que lui. La sainteté doit donc aussie être cachée, même à la conscience dans une certaine mesure. Et elle doit l'être dans le monde.
Simone Weil. La pesanteur et la grâce. Plon (1991).
06/10/2012
Coraggio, mio tesoro!
Em complemento a isto.
We hold courage to be a virtue because the care and concern for individuals, communities and causes which is so crucial to so much in practices requires the existence of such a virtue. If someone says that he cares for some individual, community or cause, but is unwilling to risk harm or danger on his, her or its behalf, he puts in question the genuineness of his care and oncern. Courage, the capacity to risk harm or danger to oneself, has its role in human life because of this connection with care and concern. This is not to say that a man cannot genuinely care and also be a coward. It is in part to say that a man who genuinely cares and has not the capacity for risking harm or danger has to define himself, both to himself and to others, as a coward.
Alasdair MacIntyre, After Virtue. Bloomsbury (2007).
Ohimè.
[...] Lasso, del vecchio ardor
conosco l'orme ancor
dentro nel petto -
Ch'ha rotto il vago aspetto
e i guardi amati
lo smalto adamantin
ond'armaro il meschin
pensier gelati! [...]
A versão do CD (L'Arpeggiata, Teatro d'Amore - donde já aqui pus várias faixas) é melhor, mas falta-lhe o Jaroussky a fazer voz grossa.
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