Esta pintura claramente ilustra uma espécie de antepassado dum escriptório de advogados ou de banqueiros retratados em conjunto.
1. Este é o chefão. Nota-se logo pelo facto de estar sentado à mesa, e ainda por cima por ser o único que não olha directamente para nós [obrigado João por esta última]. Tem aquele ar de superioridade de quem realmente não tem de aturar ninguém, mas com uma elogiável responsabilidade assumida pelo à vontade com que está perante o livro que inclui os mais importantes detalhes da firma.
2. É o tesoureiro. Não nos deixemos iludir pela ausência a que está do centro, o ar manhoso indica bem que não está para brincadeiras. Segura na bolsa de dinheiro com firmeza e resolução.
3. É o benjamim da firma. Acabadinho de sair fresco da escola, onde alguém (assumimos que o pai ou outro familiar poderoso) o colocou na firma. Mas talvez neste caso o nepotismo funcione, que os traços juvenis dele não o impedem de subir rapidamente para a confiança do chefe, estar aliás sentado ao lado dele, e ainda por mais a pegar no próprio livro com que o chefe se está a retratar.
4. O sicofante. Não usa chapéu. No último plano, por detrás do chefe, como quem olha por detrás do ombro dele, obsequioso.
5. O sénior. Deu muitos anos da vida à firma, e agora, apesar de "reformado", não quer deixar de se sentir ligado a ela agora que há este plano para um retrato de grupo. Nem a senioridade lhe vale poucas vantagens: aparece de lado, é verdade, e no extremo esquerdo da imagem, mas é também a única personagem cuja cadeira, aliás requintada, aparece.
6. O tipo que não faz bem parte da firma. Que está sentado e não está sentado. Está em segundo plano, atrás do chefe-sénior, mas na realidade o seu tronco inclina-se para a frente de tal forma a que assume na realidade um falso primeiro plano. E o que é mais, basta ver o estilo com que tem o chapéu, de lado sem estar de lado, como um verdadeiro cowboy da finança, para o topar. É o tipo que a firma chama quando tem de resolver algum problema para o qual simplesmente não está pronta. Ele lá recebe a chamada, suspira, e exige o chorudo pagamento que sabe será pago. Sabem o Winston Wolf, do Pulp Fiction? É este gajo.
Vou apresentar isto como provas de Doutoramento a História de Arte.
1. Este é o chefão. Nota-se logo pelo facto de estar sentado à mesa, e ainda por cima por ser o único que não olha directamente para nós [obrigado João por esta última]. Tem aquele ar de superioridade de quem realmente não tem de aturar ninguém, mas com uma elogiável responsabilidade assumida pelo à vontade com que está perante o livro que inclui os mais importantes detalhes da firma.
2. É o tesoureiro. Não nos deixemos iludir pela ausência a que está do centro, o ar manhoso indica bem que não está para brincadeiras. Segura na bolsa de dinheiro com firmeza e resolução.
3. É o benjamim da firma. Acabadinho de sair fresco da escola, onde alguém (assumimos que o pai ou outro familiar poderoso) o colocou na firma. Mas talvez neste caso o nepotismo funcione, que os traços juvenis dele não o impedem de subir rapidamente para a confiança do chefe, estar aliás sentado ao lado dele, e ainda por mais a pegar no próprio livro com que o chefe se está a retratar.
4. O sicofante. Não usa chapéu. No último plano, por detrás do chefe, como quem olha por detrás do ombro dele, obsequioso.
5. O sénior. Deu muitos anos da vida à firma, e agora, apesar de "reformado", não quer deixar de se sentir ligado a ela agora que há este plano para um retrato de grupo. Nem a senioridade lhe vale poucas vantagens: aparece de lado, é verdade, e no extremo esquerdo da imagem, mas é também a única personagem cuja cadeira, aliás requintada, aparece.
6. O tipo que não faz bem parte da firma. Que está sentado e não está sentado. Está em segundo plano, atrás do chefe-sénior, mas na realidade o seu tronco inclina-se para a frente de tal forma a que assume na realidade um falso primeiro plano. E o que é mais, basta ver o estilo com que tem o chapéu, de lado sem estar de lado, como um verdadeiro cowboy da finança, para o topar. É o tipo que a firma chama quando tem de resolver algum problema para o qual simplesmente não está pronta. Ele lá recebe a chamada, suspira, e exige o chorudo pagamento que sabe será pago. Sabem o Winston Wolf, do Pulp Fiction? É este gajo.
Vou apresentar isto como provas de Doutoramento a História de Arte.
na imagem: Síndicos da Guilda dos Trapeiros. Rembrandt (1662) [aqui]
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